Monday, August 29, 2016

Cabine C, uma crônica sobre uma das maiores aventuras da infância

Não bastava o Atari. Era 1986, eu ainda não havia feito 12 anos. Éramos crianças demais para um tumulto adolescente. Em vez disso, construímos uma nave espacial, eu e meu irmão. Pegamos as cadeiras, fizemos uma armação empilhando-as, as cobrimos com lençóis sustentados por vassouras sobre elas e o armário e armamos outras duas cadeiras em frente à televisão. Tínhamos nossa cabine e nosso foguete era o jogo Beamrider.
Foi a melhor viagem ao espaço que fiz, melhor que as dos livros infantojuvenis de FC que havia lido. No jogo combatíamos alienígenas cujas naves despontavam no horizonte, atacando-nos com disparos de lasers. Éramos bons o bastante e atravessamos várias fases. Um amigo dizia-nos que no final do jogo chegava-se à Terra. Acho que não havia final, mas se houvesse, não chegamos a tempo, pois nossos pais chegariam antes e desmontamos nossas naves antes de sermos abatidos pela eventual fúria terrestre deles.

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